Iniciados em Morro do Chapéu os primeiros plantios comerciais de uvas
viníferas
Produção
de uvas e de tomate "grape sweet" impulsionam desenvolvimento da
Chapada Diamantina
(Morro do Chapéu - BA) – Menos de três anos depois de assinar convênio com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido) e com a Associação de Criadores e Produtores de Morro de Chapéu e Região, para avaliação técnica e econômica de videiras viníferas destinadas à produção de vinhos finos na Chapada Diamantina, a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura/Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Seagri/EBDA), comemora o início dos plantios comerciais, impulsionados pelo sucesso do experimento. Em agosto do ano passado, com a presença do governador Jaques Wagner, foi realizada a primeira colheita de uvas, transformadas nos primeiros vinhos da Chapada pela Embrapa e pela Vinícola Miolo, e apresentados ao público e autoridades durante a Fenagro 2012, no Parque de Exposições de Salvador. No mês passado, mais dois mil quilos de uvas das variedades Malbec, Cabernet Franc e Sauvignon Blanc foram colhidos e serão transformadas em mais duas mil garrafas de vinho fino.
Agora, empresários da região já iniciam o plantio comercial de uvas em
20 hectares. Um deles, Ciro Mirante inicia o plantio de sete hectares de uvas
viníferas para cultivar as variedades que apresentaram os melhores resultados,
dentre elas Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Malbec, Syrah, Sauvignon Blanc e
Chardonnay, originárias da França e cultivadas em dois hectares na Unidade de
Observação de uvas viníferas em Morro do Chapéu. Ciro disse que já comprou as
mudas e no momento está abrindo as covas para recebê-las, e está montando o
sistema de irrigação.
O convênio que deu origem a esta nova
realidade foi assinado no dia 30 de agosto de 2010, em Petrolina, entre a
Secretária da Agricultura/Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola
(Seagri/EBDA), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa
Semi-Árido) e a Associação de Criadores e Produtores de Morro de Chapéu e
Região, à época presidida por Benedito Belém, durante a Feira de Agricultura
Irrigada (Fenagri), evento realizado alternadamente em Juazeiro. Naquela data,
ao assinar o documento, Salles afirmou que “este é um dia histórico, que marca
a transformação da Chapada Diamantina”.
No segundo semestre deste ano, um grupo
de produtores de uvas e vinhos da França, da região de Champagne, virá à Bahia,
a convite do secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo
Salles, para conhecer a Chapada Diamantina, com a intenção de investir. No ano
passado, durante encontro na França, onde esteve atendendo convite de Christian
Jojot, presidente da maior cooperativa de produtores de vinhos da França, na região
de Champagne, Salles apresentou as oportunidades de vantagens de investir na
Bahia, e programou a vinda dos empresários.
Além da Unidade de Observação em Morro do Chapéu, a Seagri/EBDA e a
Embrapa já começou a implantar outras unidades de observação, em Mucugê, onde
já foi iniciada a plantação, e Rio de Contas. Os projetos estão sendo
realizados em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Mucugê, e com a
Associação de Pequenos Produtores da Comunidade de Fazendola, de Rio de Contas.
“Estamos buscando
novas opções e alternativas econômicas para a região da Chapada Diamantina,
visando aumentar a competitividade, gerar empregos e agregar valor aos produtos
da região”, disse Eduardo Salles.
A Agência de Defesa
Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Seagri, através de sua diretoria de
Defesa Vegetal, acompanha o desenvolvimento desse setor, e em parceria com o
Ministério da Agricultura (Mapa), deverá elaborar uma Instrução Normativa para
regulamentar o plantio de uvas, definindo normas rígidas para prevenir o
surgimento de doenças e pragas nessa nova região.
Tomate "grape sweet"
Em uma área total de 50 hectares, a empresa Ban Bahia Tomates Especiais
está instalando 12 hectares de estufas para cultivo protegido de hortaliças,
com ênfase no tomatinho grape sweet. Inicialmente, conforme explica Cid Baylão
de Carvalho, diretor da empresa baseada em Goiás, com participação de sócios do
México, inicialmente serão três hectares que, em duas safras anuais deverá
produzir um milhão de quilos de tomate grape sweet. A produção visa abastecer o
nordeste, mais vai também dar suporte a Goiás.
Este projeto é um dos
resultados práticos das missões internacionais realizadas pelo governo do
Estado através da Secretaria da Agricultura. No ano passado, uma semana depois
de receber a visita dos empresários, interessados em investir na Bahia, o
secretário Eduardo Salles foi ao México para conhecer, in loco, a experiência
mexicana com cultivos protegidos, oportunidade em que demonstrou as vantagens
de investir no Estado. Um mês depois, o grupo mexicano iniciou seu projeto em
Mucugê, e agora, até o mês de março, estará realizando o primeiro plantio de
tomatinhos grape
“Estou super feliz
com a mão-de-obra baiana”, disse ele, destacando que o projeto gera 10 empregos
diretos por hectare. “Se tivesse uma equipe como a que tenho aqui em Goiás,
estaria muito feliz”, afirmou, referindo-se aos trabalhadores que estão atuando
hoje na montagem do projeto. Nos três hectares iniciais, estão sendo utilizados
40 mil metros de telas, e ao todo serão utilizados 60 quilômetros de arame.
De acordo com o
secretário Eduardo Salles, a produção de uvas viníferas para produção de vinhos
finos e o cultivo de hortaliças vão mudar a realidade não só de Morro do
Chapéu, mas de toda a Chapada Diamantina. Ele lembrou que os empregos criados
por essas atividades significam geração de renda e fixação do homem no campo,
como melhores condições de vida. “Começamos em Morro do Chapéu, mas o cultivo
protegido poderá se expandir por toda região”, disse.
Região terá vinícola
De acordo com Jairo
Vaz, superintendente de Atração de Negócios da Seagri, o sucesso do experimento
e o início do cultivo comercial em Morro do Chapéu são os primeiros passos de
um projeto bem maior. “Nosso foco agora é agregar os pequenos produtores,
organizando-os em cooperativa, e atrair investimentos para a instalação de uma
vinícola na região”. Para ele, envolvido no projeto desde o início, “vinho é
paixão, atrai pela novidade, e a nova realidade da Chapada vai provocar uma
grande explosão na região, incrementando também o turismo”.
Vaz destaca a
importância de agregar os pequenos produtores, gerando renda e melhores
condições de vida. “Com um hectare de uva podemos produzir 10 mil garrafas de
vinho que, por exemplo, comercializadas a R$ 15,00 cada garrafa, significarão
R$ 150 mil por hectare”. Ele analisa que “poucas atividades geram resultados
assim”. Ele explica ainda que as condições hídricas de Morro do Chapéu permitem
a utilização de pequenas áreas para produção de uvas.Ascom Seagri - www.seagri.ba.gov.br
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